As artes marciais como disciplinas espirituais e psicológicas.
O combate, com suas múltiplas dificuldades, exige muito do guerreiro. Estas exigências podem fazer com que a pessoa aprenda muito, por que deverá descobrir-se encarar a si próprio, além de servirem par desenvolver o espírito. Talvez a exigência mais importante de todas seja o enfrentar a morte. Todos temos que, cedo ou tarde, encarar a morte, e a encaramos também cada vez que sofremos uma perda ou uma mudança em nossa vida. Mas podemos desviar estas confrontações com facilidade, se pensarmos simplesmente na mudança especifica que terá tido lugar e não a relacionarmos com o princípio da mudança que envolve também a nossa própria morte. Nas artes marciais, como é natural, a morte está sempre presente; tudo gira a seu redor. Todos os ataques, defesas e contra-ataque realizam-se como se tratasse de uma autentica situação de vida ou morte. Com a experiência, estas ações assumem mais força, em especial se forem utilizadas das armas; pode empregar-se, por exemplo, uma espada autentica e não uma de bambu ou de madeira; isto faz com que a situação se torne verdadeiramente perigosa. Em primeiro lugar, a morte deixa o ego descoberto. A parte de nós que se agarra firmemente às coisas, que tenta cristalizar o fluxo da vida e classifica-lo em diferentes entidades está completamente aterrorizado pela morte. O medo é a essência deste querer reter a morte ou apressar as coisas; ou ideia da morte faz com que surja este medo. De fato, o medo que experimentamos perante a ideia da morte não é provocado por uma situação determinada, mas está escondido no nosso interior e por vezes se manifesta. Sempre esteve presente em nossas vidas, por baixo de toda rigidez, de toda a trivialidade e das pequenas neuroses (também por baixo desta grande neurose que nos faz sentir profundamente isolados do meio e das outras pessoas). Este medo, que é a pedra angular sobre a qual assenta toda esta rígida estrutura da vida, revela-se perante a morte, e então que podemos considera-lo e tentar assumi-lo. O medo da morte é o maior obstáculo que encontra o praticante das artes marciais. Este medo produz rigidez, paralisa ou faz perder o controle do corpo. Sentindo medo, uma pessoa pode ver se petrificada ou, tomada de pânico, pode reagir de forma cega e irracional. Qualquer destas reações, se produzidas num momento crucial do combate, provocarão a morte, mesmo do combatente bem preparado. Libertar se deste medo, ao contrário, promove uma grande força. Exemplo disto é a história de um mestre japonês da cerimônia do chá, que vivia na província de Tasa. Ele não era um especialista em artes marciais, mas era dotado de uma grande capacidade espiritual e tinha muitas atitudes meditativas. Sem ter tido a intenção, ele ofendeu certa feita um samurai e este o desafiou para um duelo.
O mestre de cerimônias recorreu a um mestre zen da localidade em busca de conselho. O mestre zen lhe falou com franqueza, assegurando-lhe que tinha poucas possibilidades de sobreviver àquele reencontro e que o melhor a fazer era assegurar uma boa morte, digna e honrosa, assumindo o combate como se tratasse de um ritual de chá. Deveria organizar sua mente e tratar de não prestar atenção aos pensamentos triviais sobre a vida e a morte. Deveria agarrar na espada com a mesma firmeza com que segurava o bule na cerimônia do chá, e utiliza-la com a mesma precisão e concentração aplicadas no momento aplicadas no momento de verter a água fervente sobre o chá; deveria avançar para frente, sem pensar nas consequências e com um só golpe fazer cair o seu opositor. O mestre do chá surgiu estes conselhos e deixou de lado o medo da morte, na manhã do duelo, vendo o samurai um adversário inteiramente sereno e sem medo, ficou assustado e de imediato recuou pedindo desculpas e abandonou o combate. O resultado da confrontação, caso tivesse ocorrido, não seria por certo assim tão claro. É bem possível que a perícia técnica tivesse ficado obscurecida pela liberdade e pela concentração daquele que já não temia a morte. Na tradição budista, as práticas preparatórias da morte, que consistem em recordar a existência da morte, são consideradas como as grandes motivações que a pessoa encontra no caminho; por isto são essenciais. Tomar consciência da realidade e da inevitabilidade da morte pode ser uma fantástica fonte de energia e de serenidade e pode conduzir a inesperados níveis de motivação que conduzem a uma mudança radical. Se uma pessoa se dá conta de que vai morrer e de que, portanto, seu tempo é limitado, pode deixar de se preocupar com coisas triviais e, por fim, a auto complacência através da qual encara a vida. Todos estes pensamentos que surgem na cabeça do homem quando chega o momento da morte, as lamentações sobre o tempo e as oportunidades perdidas, sobre os riscos que não correu e a inércia perante a qual se sucumbiu, todos estes pensamentos, tais como “se pudesse começar de novo…” podem ser traduzidos ao momento presente, antes de que as oportunidades passem, enquanto as portas ainda estejam abertas e podem fazer com que uma pessoa comece a assumir a responsabilidade de viver uma vida enriquecedora. A morte é um grande catalisador; ela assegura que as coisas não vão manter-se estáticas, estancadas ou fixas. No processo de evolução da vida na Terra, a reprodução sexual faz seu aparecimento ao mesmo tempo em que a morte. A auto multiplicação contínua e inalterável (como a de uma ameba que realiza meiose) é uma morte vivente como um zumbi de igualdade e de estancamento. A frescura é a novidade que possui cada indivíduo que nasce e morre para deixar lugar a outro indivíduo igualmente único; estão mudando a vida por meio da morte eterna. Como diz Cristo: – Quem tenta salvar sua vida, perdê-la-á. A pessoa que se apega as formas, aos pensamentos ou aos sentimentos passados, não pode gozar do livre fluir da vida, sempre renovador como a primavera.
A vontade boa
Este aspecto, da vontade, está muito relacionado com a questão da validade: para que servem esta perícia e esta força? Ao aspecto ético das artes marciais deve-se conceder grande importância. Westbrok e Ratti falam das diferentes formas de utilizar a força que existe nas artes marciais, ordenando-se em categorias segundo sua ética. O nível mais baixo seria o do ataque violento, sem provocar; num nível ligeiramente superior, encontra-se o ato de provocar outra pessoa para que ataque e logo defender-se violentamente, todas as artes marciais coincidem na condenação deste tipo de comportamento. Num nível intermediário, encontra-se outra teoria, defendida por muitos sistemas de lutas exteriores: ” não provoque o ataque; aliás faça tudo o que puder para evitá-lo. Mas se for impossível evitar, responde com todas as forças e mata em um só golpe”. Muitas artes marciais internas têm uma técnica mais moderada, semelhante à doutrina do antigo testamento, que diz “olho por olho dente por dente”. Em vez de responder com violência despropositada ou de não responder a um ataque, a resposta deverá estar em consonância com o ataque, como se devolvesse ao atacante a própria energia despendida no golpe de ataque. Um pequeno empurrão contrapõe-se com um pequeno empurrão; um golpe mais forte, com um golpe forte, um golpe mortal, com outro golpe mortal. O nível mais elevado corresponde o que prova perfeitamente a validade da boa vontade nas artes marciais. Uma pessoa sempre tenta defender-se ou defender os demais sem prejudicar o opositor. O verdadeiro budo consiste em atingir a união com o universo, isto é, em unir-se ao centro do universo. Desenvolvimento da vontade: Graças à vontade, as pessoas canalizam e dirigem sua energia para o mundo ou para uma ação especifica. Este é um tema que na cultura ocidental, foi sempre mal-entendido e mal interpretado. Recebemos da era vitoriana o legado de conceber a vontade exclusivamente como “força de vontade”, como um angustiante e doloroso esforço que não tem qualquer relação com os diversos aspectos da verdadeira vontade. O verdadeiro conceito de vontade está estreitamente vinculado ao conceito de intuição; pretende fazer algo, decidi-lo, executá-lo, encaminhar-se a ele, são ações que implicam aplicação da vontade. Em certo sentido, poderia dizer-se é algo mental, e não conceitual ou intelectual. Isto é, não se trata de uma pessoa pensar em algo ou falar consigo mesmo sobre isso; trata-se antes de conhecer o compromisso pessoal estabelecido com essa coisa pensada. Não é um sentimento, embora pudesse dar oportunidade ao surgimento de diversos sentimentos; tampouco é algo físico, embora pudesse ter efeitos físicos. A vontade, tanto para praticar artes marciais como para atingir um elevado grau de desenvolvimento espiritual, tem sua vontade muito bem desenvolvida, não apenas para superar as dificuldades e as adversidades com quem se depara, como também para estar apto a sacrificar-se. As artes marciais baseiam-se na vontade: Desde a capacidade de se sobrepor aos limites pessoais, até ao detalhe referente à execução concreta de uma técnica individual, tudo depende da vontade. Existe três aspectos básicos da vontade: a vontade hábil, a vontade boa e a vontade poderosa. Destruição criativa: Acerca dos grandes mestres das artes marciais, contam-se façanhas que chegam ao místico.
Era prática corrente, no passado, que uma caravana contratasse um mestre para protegê-la durante a travessia de uma zona infestada de bandidos. Um homem daquele tipo apenas bastava para fazer frente aos ataques de cinquenta ou cem indivíduos armados, inclusive aos mestres de épocas mais recentes, são atribuídos poderes quase sobrenaturais. Conta -se que tung hai-ch’uan, primeiro mestre de pa kua de que se tem notícia, encontrava-se certo dia sentado na cadeira e desequilibrou-se. Seus alunos temendo pela sua vida correram para ajudá-lo a levantar; mas encontraram-no sentado sobre a mesma cadeira e apoiando sobre outra parede próxima. Na aprendizagem das artes marcais, o aluno executa por várias vezes um tipo de treinamento que consiste em repetir um exercício formalizado até atingir a exaustão. Se continuar, chega um momento em que ele já não tem mais força necessária para contrair o corpo e a mente da forma habitual, e seus movimentos adquirem então a naturalidade e uma fluidez que ele não acreditava ser possível. Percebe com clareza, livre da conceituação e das caracterizações da consciência normal, que o mundo se torna mais vivo e mais novo. Nunca voltará a ser o mesmo após ter passado por esta experiência; os limites do possível retrocedem e nunca mais pensará que suas limitações são muros rígidos e completamente fixos, seu mundo, e, ele mesmo, tornam-se mais permeáveis. Nisto consiste também a tarefa heroica do mito. Os mitos descrevem as profundas transformações interiores da pessoa a metamorfose da psique que abre a porta da consciência ao mundo dos arquétipos da inspiração e dos ideais, a um mundo que é, em certos sentidos, superior a nossa realidade física e cotidiana. Os mitos são contos sobre o crescimento espiritual e falam das provas e dos desafios, dos monstros que se deve derrotar e dos grandes tesouros que guardam os que empreendem a viagem. Não se deve pensar nos acontecimentos narrados como se fossem realidades físicas; tais narrativas nem se quer descrevem a realidade de forma exata; fazem referência, ao contrário, às transformações internas que devem preceder qualquer mudança que se produza no mundo. Os monstros e os gigantes que o herói derrota são os monstros de seus próprios medos e de sua negatividade, os gigantes de sua própria inércia ou força contida. Ao encará-los e vencê-los pode voltar a conquistar suas partes perdidas e, quando atinja a integridade, pode ter acesso aos tesouros de sua própria natureza. Tudo isto põe em evidência, uma vez mais, a importância que tem a morte enquanto fonte de vidas. Todos nós, por certo, temos afastado e rechaçado alguns aspectos de nossas personalidades, projetando nossa força sobre o mundo ou obrigando a nossa sabedoria a fixar-se no subconsciente. Estas partes desdenhadas, por vezes parecem se tornar entidades separadas e reais horas internas, hora externas, que aparentemente se opõem a nos próprios e nos ameaçam. A busca da integridade, tal como se descreve nos mitos e nos estudos sobre psicologia de Jung, supõem, em primeiro lugar, tomar consciência de que estes aspectos não são na realidade externas, mas sim, são as nossas próprias projeções; em segundo lugar, tratasse de recuperar e reintegrar todas estas partes. Nos próprios, consideramo-nos anterior a esta reintegração, somos uma parte daquelas projeções. Para atingir a totalidade, cada parte deve morrer, deve renunciar a ser um ente independente e despertar para uma nova vida, na qual seja parte de um todo muito maior. Os “machões” que imaginam em tudo o que os rodeia um desafio, que pensam que os demais são arrogantes e agressivos e que desejam avidamente demonstrar sua prioridade, ainda não começaram se quer a encarar-se perante seus próprios medos e encontram-se num estado de conflito e fragmentação interna que os impossibilita de atingir o domínio das artes marciais.
Em todas as artes marciais insiste-se especialmente na humildade: Esta, naturalmente, deverá estar unida à aquisição de uma enorme força ofensiva; se tal força estiver a serviço de um ego inchado, as consequências podem ser desastrosas. Estes aspectos também têm muita importância para o desenvolvimento espiritual; por vezes, a aquisição de alguns poderes psíquicos determinados e considerados um verdadeiro estorvo, pois tais poderes podem fazer aumentar o sentimento de autossatisfação e de controle do ego do praticante. A um nível mais profundo, a humildade e a “pobreza de espírito” podem tornar-se bastante necessários para desenvolver certas capacidades. Da mesma forma que uma substância requer um receptáculo adequado. O processo de “vazar” deve proceder ao de “encher”. Ambos os aspectos do caminho mítico, da viagem do herói, incluem-se nas artes marciais; enfrentar o monstro sem medos e vencê-lo, e estar disposto a desfazer-se, a desmembrar-se e morrer antes da chegada da morte com o fim de atingir uma vida plena. Corpo-respiração-mente: Esta trilogia básica que aparece no ensinamento da espiritualidade e das artes marciais e que tem relação com alguma das leis universais. Está intimamente vinculada aos três princípios (cabeça-coração-ventre) explicado nos links anteriores, mas presta especial atenção à inter-relação dinâmica existente entre as três e descreve a natureza do processo criativo, presente em todas as manifestações de vida, desde um simples movimento até aos afrescos da capela sixtina. O corpo, a respiração e a mente são três tipos diferentes de energia que coexistem tanto na pessoa, como no universo. O corpo relaciona-se com o princípio do ventre e seu centro é o hara, a zona que rodeia o “ponto”. É uma forma física, uma substancia, uma sensação, a verdadeira estrutura física do nosso corpo ou de qualquer outro objeto. Inclui também o “corpo sutil”, que é uma espécie de condensação de nossas ações e atitudes passadas, e que rodeia nosso corpo e penetra nele como se fosse um campo de energia cristalizado e restritivo. A restrição está vinculada ao princípio do coração: Temos que ter em conta duas coisas. Em primeiro lugar, cada princípio, tal como se manifesta no corpo da pessoa, contem em seu interior os outros dois. Assim, a zona pélvica não é domínio exclusivo do princípio do ventre, nem a zona peitoral pertence exclusivamente ao princípio do coração. Em segundo lugar, no princípio do coração existem dois níveis diferentes. A um nível superficial, pode considera-se como um terceiro princípio, situado entre os outros dos: pensamento-emoção-sensação, ou mente-respiração-corpo. Mas a um nível mais profundo, o coração transcende e abarca os outros dois, da mesma forma que o ritmo inclui tanto o latido como a pausa do cão, da mesma forma que a intuição compreende o pensamento, a emoção e a sensação. O coração, no sentido mais restrito, relaciona-se com a garganta e com o plexo solar; num sentido mais profundo, com a própria zona do coração. Assim, a respiração refere-se especialmente a garganta. Inclui a respiração física, mas também inclui as emoções que estão estritamente relacionadas com a respiração. Este nível tem uma natureza dinâmica e móvel que se contrapõem à rigidez do nível correspondente ao do corpo. É animado, móvel e ativo e sempre cria muitos vínculos: é a energia da atração ou repulsão, o fluir das emoções. O nível da energia mental é o mais sutil e não é físico; constitui a essência. É o nível da consciência pura, do entendimento, da escolha e da intenção. Está relacionado, como é lógico, com o princípio da cabeça e seu centro encontra-se na “terceira visão” ou parte superior da cabeça. O pensamento, tal como o experimentamos, é na realidade um sintoma da contração ou congestão que tem lugar neste nível de energia. Quanto não sofre limitações é sutil, aberto e intemporal; é a consciência e a intenção clara, e faz com que se desfaça a diferença a diferença existente entre o “observador” e o “objeto observado”. Entre estes três níveis de energia (corpo, respiração, mente) existe sempre uma interação dinâmica; e par que a saúde seja boa, faz falta manter o equilíbrio entre eles. Este equilíbrio e está integração têm seu centro na zona do coração e corresponde (conforme se referiu antes) ao princípio do coração no sentido mais amplo. Para entender com se utilizam estes níveis inter-relacionados na pratica, pode estabelecer-se uma analogia. O corpo é material e sólido, como as rochas. A respiração é como água fluida e poderosa; a mente é como o ar, penetrante e aberta.
Na filosofia ocidental, considera-se que a mente e a matéria (ou corpo) são os dois aspectos mais importantes da realidade, mas torna-se difícil resolver o problema mente e corpo. Como é possível que a mente, uma entidade tão etérea e abstrata, provoque o movimento da algo tão sólido e tangível como o corpo físico? No lugar onde deveria se encontrar o vínculo, abre-se um insondável abismo que aparece separar dois universos. Como pode um vento suave mover as sólidas rochas? A resposta lógica é: tentando com todas as forças; daqui se deriva toda a doutrina do esforço: se não se consegue a primeira vez, tenta-se de novo. Fica implícito que há que tentar com mais empenho do quem da primeira da primeira vez e que o esforço deverá ser maior. Do que não se fala é de qual seria o caminho para resolver este problema. Um treinador de atletismo levou a efeito uma experiência que tem muito a ver com esta atitude: pediu aos atletas por ele treinados que fizessem um esforço bem intenso numa corrida de uma milha e registrou o tempo de cada um deles, pouco depois, pediu-lhes que realizassem a mesma corrida num ritmo de setenta e cinco por cento de suas possibilidades. Curiosamente, todos melhoraram suas marcas na segunda vez. O enfoque oriental começa não assumindo a existência de uma divisão entre a mente e o corpo; adota, porém, a atitude de considerar o universo como um todo. Dentro deste todo, podem distinguir -se diferentes aspectos, do mesmo modo que qualquer forma complexa apresenta aspectos diferentes se for observada de diferentes perspectivas. Os principais aspectos diferentes são o corpo, a respiração e a mente. Em princípio, não existe nenhum problema no movimento de considerar de que forma a mente afeta o corpo; a energia flui de um nível para outro. O vento, ao soprar sobre a água, provoca as ondas e as correntes; a água move as grandes rochas com enorme facilidade. A mente as correntes; a água move grandes rochas com enorme facilidade. A mente controla a respiração; a respiração move o corpo. A mente planifica e escolhe o movimento, decidimos em que direção deve fluir a energia. Em seguida, a energia da sensação flui para fora e finalmente leva o corpo físico pelo mesmo caminho. Isto se pode comprovar perfeitamente, observando como o gato salta para o alto do parapeito de uma janela. Não ha luta. Nem esforço, nem uma preparação angustiante. Ao contrário; o animal vê o parapeito, dirige-se para ele e decide saltar. Depois, fixa seu olhar no alvo, ao mesmo tempo em que se agacha, contraindo ligeiramente o corpo. Uma pessoa tem a impressão de que o espírito e a energia do gato já estão sobre o parapeito ante de ele saltar e de que apenas o planejou o salto, o corpo do gato se desencontrai como uma mola e une-se ao espírito, que já estava sobre o parapeito.